Por ser desconhecido por muita gente, a rotogravura é um processo de impressão que acaba gerando certo estranhamento. No entanto, a técnica é bem simples do que parece e provavelmente está presente no seu dia a dia. Quer ver como?
Quando você compra o jornal do dia na banca ou folheia as revistas do salão de beleza ou do consultório do seu dentista, você está em contato direto com produtos impressos por rotogravura. Grandes tiragens de jornais e revistas que precisam ser impressas rapidamente utilizam-se desse método.
Tão curiosa quanto a presença da rotogravura no cotidiano, é a história de nascimento dessa técnica. Em 1446, na Alemanha, surgiu o intaglio, técnica de produção de gravura feita numa matriz de metal. Esse foi o primeiro protótipo de rotogravura usado, coincidentemente, no mesmo período que Gutenberg desenvolveu os tipos móveis. Entretanto, o processo intaglio não era compatível com a impressão técnica de impressão com a prensa de Gutenberg, em alto relevo
Mais tarde, em 1879, o pintor Karl Klic, que na época residia em Viena, aprimorou essa técnica de impressão com intuito de gravar as sombras mais profundas de seus trabalhos artísticos. Inventou então a rotogravura para transferir a imagem de um negativo para um chapa de cobre por meio de um papel coberto de gelatina pigmentada, e os resultados foram bastante satisfatórios.
Foi assim que começou a se popularizar o sistema de impressão direta, conhecida como impressão em baixo relevo (a imagem na matriz é um relevo mais baixo em relação à superfície do cilindro), que hoje chamamos de rotogravura.
A rotogravura possibilita imprimir em frente e verso numa única operação, pois a tinta passa para o papel por pressão. O processo se dá através da gravação de células num cilindro revestido por cobre e cromo. Uma característica interessante é que sua tinta líquida evapora rapidamente, porque é sempre misturada a solventes.
Nesse processo, as variações de tonalidades de impressão são determinadas a partir da profundidade das células. As mais profundas contêm maior quantidade de tinta, imprimindo tons escuros, e as rasas, com menos tinta, geram tons mais claros.
Os cilindros têm de 1,5 m a 4 metros e são feitos de metal maciço. Por conta dessa característica, têm durabilidade média de 10 milhões de impressões, um número bem alto se comparado às chapas de offset, que aguentam no máximo 500 mil.
A rotogravura também é ideal para impressões em tecidos e superfícies plásticas, e auxilia na confecção de embalagens. Uma curiosidade é que esse tipo de impressão é muito utilizado em países como os Estados Unidos e Alemanha, porque lá se consomem muitos alimentos industrializados, são sediadas grandes revistas e jornais populares no mundo todo.